Harpago

As raízes dessa planta africana têm ação comprovada no combate a lombalgias e dores reumáticas

     O harpago é um arbusto nativo especialmente nas áreas desérticas da Namíbia e Kalahari, Sudoeste da África. Os frutos possuem uma espécie de barba, semelhante a garras, daí o nome nada amistosa da garra do diabo. Usada há muito tempo pelos nativos africanos dos grupos Bantu, Khoi e San como analgésico, anti-inflamatório e antirreumático na forma de infusão dos tubérculos, teve seu valor terapêutico reconhecido entre os séculos 19 e 20. Em 1829 foi coletada por pesquisadores europeus e em 1907, G. H. Mehnert, que aprendeu o seu uso com os indígenas, a descreveu.

     As raízes do harpago apresentam ação anti-inflatória e analgésica, graças aos glucosídios e flavonoides que possui. Estudos comprovaram que a planta tem mesmo ação nas inflamações associadas à má digestão, gota, artrose, artrite e reumatismo. O harpagosídeo, princípio ativo da planta se concentra nas raízes que possuem a form de tubérculos lenhosos.

     Usado popularmente como chá, feito com os tubérculos da planta, picados ou fatiados, o harpago ganhou uma versão de laboratório (APSEN) na forma de comprimidos revestidos que utilizam o extrato seco da planta. A atividade anti-inflamatória foi demonstrada em animais e através de estudos clínicos. A planta é bastante utilizada como fitoterapêutico em países da Europa como Alemanha e Reino Unido.

     Os pesquisadores relatam que o harpagosídeo presente na planta tem perfil extremamente favorável, com poucos efeitos adversos, em caso de uso prolongado por pacientes portadores de osteoartrites, quando comparado aos anti-inflamatórios não estereoidais , AINEs, que apresentam efeitos diversos.

Contra indicação

     Mulheres que amamentam e grávidas devem evitar o uso do chá de harpago ou garra do diabo. O princípio ativo da planta estimula as contrações uterinas, podendo provocar aborto. Pessoas com histórico de úlceras gástricas e duodenais, intestino irritável e litíase vesicular também não devem tomar. Usá-lo em demasia pode provocar diarreia, náuseas e vômitos. Sempre é bom lembrar que todo medicamento deve ser usado sob orientação médica, mesmo os considerados fitoterapêuticos.

Nome científico: Harpagophytum procumbens;

Nome popular: Harpago-forte; garra do diabo;

Origem: África;

Partes Usadas: Raízes tuberosas;

Propriedades químicas: Glucosídeos iridoides, flavonoides, beta-sitosterol;

Propriedades terapêuticas: Usada em casos de artrite e osteoartrite, dores musculares, lombalgias, inflamações e desordens gastrointestinais.

(Texto:Revista Vida e Saúde)